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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Na TV Liberal - Em defesa de Carajás, "a esperança precisa vencer o medo", diz Salame


Ontem o Jornal Liberal 1ª Edição, da TV Liberal, afiliada da Rede Globo no Pará, entrevistou o deputado João Salame Neto, presidente da Frente Pró-Carajás. É a terceira da série que ouvirá os presidentes das frentes contra e a favor da criação dos novos estados.Mais uma vez, Salame saiu-se muito bem.Logo de cara apresentou-se como paraense legítimo, com pai belenense e mãe de Igarapé-Açu. Desmistificou assim o bairrismo que permeia o discurso dos contrários à criação dos dois estados. Afirmou que, sendo paraense, defende a criação dos novos estados porque entende que isso será bom para todos e, especialmente, para o Novo Pará. Disse que votar contra Carajás e Tapajós é coisa de quem quer manter tudo como está, ou seja manter um estado grande e sem recursos. Salame, que na Assembleia Legislativa analisa o Orçamento do Estado para 2012, trouxe um dado alarmante: O Pará terá menos de 200 milhões de reais para investir ano que vem. Isto é, depois de pagar a folha de pessoal e fornecedores e gastos com manutenção e custeio do estado, o que sobrará será suficiente para, por exemplo, asfaltar no máximo 150 quilômetros de estradas (só para constar, o Pará tem, hoje, a maior malha rodoviária não-asfaltada do País. Algo próximo de 17 mil quilômetros).Salame lembrou que apenas com a redistribuição do FPE a região formada pelos três estados receberá um aporte extra de recursos de mais de 3 bilhões de reais por ano.Como sempre, o estudo do IPEA foi trazido à discussão. Segundo este estudo, os novos estados teriam um déficit anual de 1 bilhão por ano. Salame lembrou que este estudo já foi refutado por outro elaborado pelo Senado Federal que mostra seus equívocos e fez uma conta rápida: Em 2010, o Estado do Pará investiu nas regiões de Carajás e Tapajós o total de 1,1 bilhão de reais, sendo 650 milhões em Carajás e 850 milhões no Tapajós. Com a criação dos dois novos estados cada um desses terá no mínimo, apenas de Fundo de Participação dos Estados (FPE), 1,7 bilhão para investir. Isso sem contar as receitas próprias decorrentes de ICMS, IPI, IPVA, SUS e Fundeb. Esses recursos, segundo Salame, são suficientes para viabilizar Tapajós e Carajás.Questionado sobre os "gastos" com a estruturação dos novos Estados, Salame não hesitou em demonstrar que além dos custos com um governador e um vice, além de 24 deputados estaduais, a criação dos novos estados abrirá possibilidade de contratar milhares de novos policiais, médicos, professores, enfermeiros e outros trabalhadores. Deixou claro que isso não é "gasto"; " isso é investimento na melhoria da qualidade de vida da população e no desenvolvimento da região", disse Salame.Salame lembrou que em Belém existe 1 policial para cada 205 habitantes; no Carajás existe hoje, 1 policial para cada 756 habitantes. Isso explica os altos índices de violência. "Os que são contra Carajás precisam dizer o que farão para mudar isso. Vão tirar policiais de Belém? Vão contratar mais policiais? Com que dinheiro?", disse Salame.Confrontado com os índices da violência no Carajás, Salame afirmou que é ausência do Estado que propicia esta situação crítica. Ele lembrou que, antes da criação do Tocantins, a região conhecida como "Bico do Papagaio" era a mais violenta do País. Após a criação do novo Estado a presença do sistema de segurança inibiu a prática de delitos e fez uma ressalva da participação de Celso Sabino no JL1: O Tocantins, criado em 1988 em uma região miserável, já tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) MAIOR que o IDH do Pará, criado em 1616!Salame deixou claro que questões como redução da criminalidade e da miséria e elevação de índices como IDEB e IDH dependem fundamentalmente de mais recursos e de mais governo e o atual Estado do Pará não pode oferecer nenhuma das duas coisas às duas regiões.Salame demonstrou que, hoje, o Pará não pode dar aumento digno aos professores por falta de recursos; não pode manter trafegáveis suas estradas e convive com hospitais superlotados pelo mesmo motivo.Apenas a divisão pode garantir a melhoria da qualidade de vida de todos os paraenses. Nos Estados do Carajás e Tapajós através de novos recursos oriundos da redivisão do FPE e no Novo Pará, através do uso mais racional dos recursos existentes redistribuídos para um número menor de municípios.Salame deixou claro que grandes projetos mineradores implantados no Carajás geram menos recursos que o forte comércio da Região Metropolitana de Belém. Atacou a "Lei Kandir", mas disse que "é mais fácil construir os dois novos estados que modificar a Lei Kandir no Congresso Nacional".Para Salame somente é possível melhorar a qualidade de vida de um povo com política de desenvolvimento, presença governamental e recursos para investir. Para ele o único meio disponível de fazer isso no Estado do Pará é criando os dois novos Estados. Para encerrar, Salame lembrou a trajetória de Lula, que perdeu três eleições seguidas, sempre derrotado pelo medo da mudança. "Na quarta eleição, finalmente a esperança venceu o medo e o Brasil elegeu um operário presidente e conseguiu avançar muito", disse. "Neste momento nós precisamos ousar mudar. Não podemos deixar tudo como está. Não podemos deixar o Pará grande e sem recursos para garantir as melhorias que a nossa gente reclama. A esperança precisa vencer o medo", finalizou.  Contra Ponto

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